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terça-feira, 21 de setembro de 2010

A SPEA chama atenção para o futuro da Biodiversidade

Uma oportunidade a não perder:

"A exposição A Biodiversidade e Nós é uma iniciativa que visa alertar para a importância da conservação da biodiversidade e a sua influência no nosso dia-a-dia.

No âmbito do Ano Internacional da Biodiversidade, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) com o apoio da SIMTEJO e da Rede Rural Nacional organizaram uma exposição dedicada à Biodiversidade, que estará presente no centro comercial Vasco da Gama (Lisboa) entre 18 e 29 de Setembro. Nos próximos dias 18, 19, 23, 24, 25 e 26 de Setembro os mais novos podem também Brincar com a Biodiversidade, das 17h às 21h na quinta e sexta-feira e das 12h às 21h, durante o fim-de-semana".

Para mais informações contactar:
Luís Costa
Director Executivo da SPEA
TLM 91 692 1419,
e-mail luis.costa@spea.pt
SPEA
Sede Nacional National Headquarters
Avenida João Crisóstomo, nº 18 – 4º Dir. 1000-179 Lisboa – Portugal
Tel. +351 918 46 82 33 Fax. +351 213 220 439 http://www.spea.pt

Campanha de angariação de donativos ajuda ave mais ameaçada da Europa


Está quase a terminar a campanha organizada pela SPEA:

"A campanha dinamizada pela SPEA entre 26 de Agosto e 26 de Setembro, precisa de angariar 7000€ para ajudar os trabalhos de recuperação do habitat da Freira da Madeira.

Na última semana a Madeira sofreu incêndios sem precedentes que arrasaram todo o maciço montanhoso central da ilha e cerca de 92% do Parque Ecológico do Funchal. O impacto na flora e na fauna foi devastador, sobretudo para a Freira da Madeira, a ave mais ameaçada da Europa na actualidade. Com o objectivo de tentar minimizar os danos, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves colocou em marcha um pedido de donativos, para viabilizar uma série de trabalhos de recuperação do seu habitat, em colaboração com o Parque Natural da Madeira (PNM). A urgência de assegurar essa quantia prende-se com a necessidade de adquirir uma manta anti-erosão, material para criar os ninhos artificiais e remoção de vegetação exótica, equipamento de montanha e assegurar as despesas de pessoal especializado".

Comunicado disponível aqui.

Para mais informações contactar:
Ana Isabel Fagundes
Coordenadora da SPEA-Madeira
TLM 967 232 195
e-mail madeira@spea.pt


Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
Portuguese Society for the Study of Birds
Sede Nacional National Headquarters
Avenida da Liberdade, 105 – 2º Esq. 1250-140 Lisboa – Portugal
Tel. +351 213 220 430 Fax. +351 213 220 439 http://www.spea.pt/

Para outras informações sobre esta ave e sobre o Projecto SOS Freira do Bugio, do Programa Marinho da SPEA, clicar na imagem acima.

Encontro "Património Natural e Cultural: Construção e Sustentabilidade!", 18 de Outubro, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa

O GECoRPA informa:

"O GECoRPA - Grémio das Empresas de Conservação e Restauro do Património Arquitectónico, a QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza e a Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios (ICOMOS) organizam o encontro “Património Natural e Cultural: Construção e Sustentabilidade!”, com o objectivo de promover a salvaguarda do património natural e cultural como via para a sustentabilidade no ordenamento do território e na construção.

O presente encontro, tem como objectivos concretos:

I. Evidenciar os múltiplos impactos da construção, das opções estratégicas com ela relacionadas e dos sectores de actividade a montante e a jusante, sobre o património natural e o património cultural, em particular na sua vertente património construído a proteger;
II.Demonstrar que as estratégias tendentes a conservar o património natural e a reabilitar e valorizar o património construído contribuem, simultaneamente, para a sustentabilidade do sector da construção, em particular, e para o desenvolvimento sustentável do País, em geral.

O encontro, que terá lugar segunda-feira, 18 de Outubro de 2010 no auditório 3 da sede da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, tem como destinatários todos os decisores e agentes dos sectores ligados ao ordenamento do território, ao planeamento urbano, à construção e à gestão do edificado e da infra-estrutura – arquitectos, engenheiros, economistas, promotores, gestores, empreiteiros, formadores -- interessados em contribuir, na sua esfera de actividade, para uma melhor aplicação dos princípios do desenvolvimento sustentável.

Mais informações (programa e ficha de inscrição) aqui".
GECoRPA
Tel.: 213 542 336
Fax: 213 157 996
construcaosustentavel@gecorpa.pt

domingo, 12 de setembro de 2010

As 7 Maravilhas Naturais de Portugal

Eleger apenas 7 "Maravilhas Naturais" entre 21 candidaturas finalistas, num país onde cada região se apresenta única, em biodiversidade, riqueza patrimonial, beleza e encanto, é sempre complicado, tal como já o foi escolher as 7 Maravilhas do Património Português no Mundo. Com um sucesso cada vez maior, este novo concurso das 7 Maravilhas veio agora dar a conhecer aos portugueses o Património Natural de Portugal continental e Ilhas, como meio de o valorizar, de sensibilizar e de promover a sua salvaguarda, protecção e conservação.

Como Luís Segadães, Presidente da New 7 Wonders Portugal, explicou ao Diário de Notícias(12/09/2010): "os portugueses não querem saber daquilo que não conhecem. Por isso fizemos este esforço para dar a conhecer ao nosso país aquilo que ele tem de mais belo", acrescentando que tinha sido "um evento de grande escala que pretendia promover na opinião pública a protecção do ambiente".

No site do concurso (clicar na imagem acima) entre vídeos, reportagens, e outras curiosidades, são ainda apresentados os 7 Mandamentos das Maravilhas Naturais - as 7 boas práticas a ter em espaços de natureza, quando os visitamos, e que é fundamental cumprir, para a preservação de um Património Natural que é de todos, seguindo uma educação ambiental e cultural que conduza a um turismo mais consciente e responsável.

Foram ontem finalmente conhecidos os resultados dos 656.356 votos, durante o espectáculo de gala da Declaração Oficial das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, nas Portas do Mar, em Ponta Delgada (S. Miguel, Açores). Alcançaram este título as seguintes "7 Maravilhas Naturais de Portugal":

Categoria Florestas e Matas: Floresta Laurissilva da Madeira (igualmente Património Natural da Humanidade).




Categoria Áreas Protegidas: Parque Nacional da Peneda-Gerês, Minho (Reserva Natural).




Categoria Grutas e Cavernas: Grutas de Mira d'Aire (no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros).





Categoria Zonas Aquáticas Não-Marinhas: Lagoa das Sete Cidades, S. Miguel, Açores (Paisagem Protegida).




Categoria de Praias e Falésias: Portinho da Arrábida (Setúbal).




Categoria de Zonas Marítimas: Ria Formosa, Algarve (Zona Húmida de Interesse Nacional).



Categoria de Grandes Relevos: Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico, Açores (a Paisagem da Cultura da Vinha desta Ilha é Paisagem Cultural -Património da Humanidade).


Parabéns aos vencedores, pela sua beleza e riqueza patrimonial natural ímpares! E parabéns, igualmente, aos vencidos, vencidos somente pela limitação numérica de Maravilhas possíveis...

Uma última nota, menos positiva: o tema da coreografia do espectáculo de gala pretendeu ilustrar, em sete actos, os diversos estados de alma (dos mais negativos e deprimentes, aos mais positivos e eufóricos) numa progressiva consciencialização do Homem para a beleza e protecção do Património Natural. Lamentavelmente, apenas a apresentação, entre cada acto de dança, das imagens das belas paisagens a concurso, relembrava ao espectador o propósito do espectáculo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"Morte estática" no Golfo do México

Há que concordar, o petróleo é útil - usamo-lo nas fábricas, marinha, aviação, exército, nos carros, em máquinas diversas, obtemos variadíssimos produtos utilíssimos (como toda a gama dos plásticos, por exemplo). Mas o que quer que possamos dizer de bom dele, a verdade é que o petróleo é ecologicamente inviável. É uma forma de energia suja, que nos envenena o ar e todos os organismos vivos. O petróleo envenena e intoxica as plantas e os animais aquáticos ou marinhos - plâncton, peixes, crustáceos, moluscos, aves. Cobre a superfície da água com a sua matéria espessa e oleosa, impedindo a passagem da luz, matando todos os microorganismos e organismos que dela necessitam para a sua sobrevivência; recobre os peixes, mamíferos e aves com um manto pegajoso que lhes tapa os poros da pele, inutiliza escamas, barbatanas, penas e asas, e os paralisa e sufoca numa lenta e horrível agonia, até à morte.

Abaixo estão duas imagens dessa agonia, um cartoon e o seu correspondente real, que nos lembra que, para a esmagadora maioria dos seres vivos que anteriormente polulavam nas águas e acima das águas da área afectada pelo derrame do Golfo do México, a ajuda humana com os seus detergentes e boa vontade, chegou tarde ou nem chegou sequer. Lembra-nos, igualmente, que o assunto não é para rir. É só pormo-nos no lugar da ave marinha - algo impossível, na verdade; nós sempre vamos tendo os meios e a capacidade de nos limparmos a nós mesmos do crude; os animais não.
O cartoon é de Paul Combs, tendo sido publicado no "The Tampa Tribune". A imagem da ave marinha é da internet.

Segundo as notícias transmitidas pela BP, o poço de petróleo do Golfo do México terá sido finalmente fechado, através de uma manobra a que chamam "morte estática" e que consistiu em lançar lama para dentro do poço de petróleo. No entanto, a sua selagem definitiva, com cimento, ocorrerá apenas daqui a uma semana. Será com certeza relevante lembrar que a 15 de Junho a BP havia anunciado o êxito do tamponamento temporário deste poço... apesar deste continuar a verter petróleo para o oceano. Congratulemo-nos portanto, ficando "de pé atrás" com este seu novo êxito.

De qualquer modo, como pode ser verificado no contador do derrame de petróleo, algumas mensagens mais abaixo, o cômputo final do desastre parou hoje, 4 de Agosto de 2010, aos 92 340 117 barris de crude lançados ao mar. Outros cálculos serão mais modestos, outros ainda serão mais catastróficos. Enfim, cálculos há muitos, mas certezas há poucas.

O que se pode dizer com total certeza é de que este derrame de petróleo constitui o pior desastre ecológico de todos os derrames de petróleo, ultrapassando de largo, o desastre do Exxon Valdez, no Alasca, em 1989. O desastre ecológico do Golfo do México entrou assim, da pior maneira, para o Hall of Fame dos atentados ao meio ambiente. E, apesar dos seus esforços, a BP, em vez do Óscar, merecerá antes a Framboesa de Ouro.

Convido ainda a visita a dois sites muito interessantes sobre este tema. O primeiro é um infográfico, que explica, através de imagens comparativas, a dimensão deste desastre; o segundo é um mapa da Google, que sobrepõe a área do desastre a qualquer zona do globo, ajudando-nos a apercebermo-nos das dimensões do desastre e do que sentiríamos se tivesse ocorrido na localidade onde moramos, na nossa casa...
Infográfico de David MacCandeless: "Podemos dar-nos ao luxo de derramar petróleo?" (05/05/2010)

"E se [o derrame de petróleo] fosse na minha casa?" - If it was my home (Visualizing the BP Oil Spill /Disaster).

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Museu da Cortiça: Conclusões


A Jornada de Reflexão sobre o futuro do Museu da Cortiça (Fábrica do Inglês, em Silves), realizou-se no dia 26 de Junho. Nesse encontro foi produzido um documento com as Conclusões, já se encontra disponibilizado no site do ICOM-Portugal, e ao qual se pode aceder, igualmente, aqui.

É de notar que este museu, com um dos maiores espólios documentais existentes sobre a indústria e exportação da cortiça, em Portugal, remontando a 1870, onde foram investidos 12 milhões de euros, foi inaugurado em 1999 e recebeu o Prémio Luigi Micheletti, como o Melhor Museu Industrial Europeu em 2001. A insolvência do maior accionista da Fábrica do Inglês, o grupo Alicoop, levou o museu a encerrar portas a 18 de maio de 2010.

Pede-se no documento das Conclusões que, de uma classificação de "imóvel de interesse municipal", se passe, pelo menos, para a classificação de "imóvel de interesse público", como uma das medidas urgentes de protecção legal e salvaguarda do património imóvel e integrado que o constitui.

De ora em diante, infelizmente, visitas apenas na sua página Web:

domingo, 20 de junho de 2010

José Saramago (1922-2010)

No dia 18 de Junho, na sua casa em Lanzarote, partiu deste mundo José de Sousa Saramago, Jornalista, Argumentista, Dramaturgo, Escritor, Poeta, Pensador, Humanista, Prémio Camões (1995) e Prémio Nobel da Literatura (1998), o Inconformado, o Português que se preferia ver Ibérico, o Homem.

Tendo escrito livros tão memoráveis como Memorial do Convento, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Jangada de Pedra ou o Ensaio sobre a Cegueira, entre outros, relembro aqui uma das suas crónicas, escrita em tom de conto de fadas moral, que convido vivamente à sua posterior leitura integral, e da qual cito os dois primeiros parágrafos e refrão:

"Era uma vez um rei que nascera com um defeito no coração e que vivia num grande palácio (como sempre costumam ser os palácios dos reis), cercado de desertos por todos os lados, menos por um. Seguindo o gosto da mazela com que viera ao mundo, mandara arrasar os campos em redor do palácio, de tal maneira que, assomando pela manhã à janela do seu quarto, podia ver desolação e ruínas até ao fim e ao fundo do horizonte.
E quem isto ler e não for contar,
Em cinza morta se há-de tornar.

Encostado ao palácio, da banda das traseiras, havia um pequeno espaço murado que parecia uma ilha e que ali calhara ficar por estar a salvo dos olhares do rei, que muito mais se comprazia nas vistas da fachada nobre. Um dia, porém, o rei acordou com sede de outros desertos e lembrou-se do quintal que um poeta da corte, adulador como a língua de um cão de regaço, já antes comparara a um espinho que picasse a rosa que, em seu dizer, era o palácio do monarca. Deu pois o soberano a volta à real morada, levando atrás de si os cortesãos e os executores das suas justiças, e foi olhar torvo o muro branco do quintal e os ramos das árvores que lá dentro tinham crescido. Pasmou o rei da sua própria indolência que consentira o escândalo e deu ordens aos criados. Saltaram estes o muro, com grande alarido de vozes e de serrotes, e cortaram as copas que por cima sobressaíam.

E quem isto ler e não for contar,
Em cinza morta se há-de tornar.

(...)"

(José Saramago, "A História do rei que fazia desertos" in A Bagagem do Viajante, Crónicas, 6ª Edição, Editorial Caminho, 1999, pp.111)
José Saramago deixa-nos em todos os seus escritos o seu exemplo, as suas ideias e alertas, para nossa reflexão e acção, para nos sacudir de uma dormência e cegueira no modo como nos encaramos e encaramos o mundo e no tipo de acção que exercemos sobre ele, lembrando-nos, que "as misérias do mundo estão aí, e só há dois modos de reagir diante delas: ou entender que não se tem a culpa e, portanto, encolher os ombros e dizer que não está nas suas mãos remediá-lo -e isto é certo -, ou, melhor, assumir que, ainda quando não está nas nossas mãos resolvê-lo, devemos comportar-nos como se assim fosse." (Fundação José Saramago: "Responsabilidade", comentário de José Saramago extraído de La Jornada, México, 3 de Dezembro de 1998)

E se nos comportarmos como se tivessemos nas nossas mãos o poder de mudar o mundo para melhor, pelo menos, humanamente entre nós, e ecologicamente, na salvaguarda de um património natural comum a todos e fundamental para a nossa própria sobrevivência enquanto espécie, conseguiremos mudar o mundo, todos os dias, uma acção, um lugar ou uma pessoa de cada vez, até sermos muitos, até sermos todos a ter a consciência de que é realmente nosso esse poder e é essa a nossa responsabilidade.

Visite-se também:


A Flor Mais Grande do Mundo



terça-feira, 18 de maio de 2010

Mais 10 museus portugueses na RPM

Hoje, 18 de Maio, Dia Internacional dos Museus, no Museu Regional de Beja, pelas 16h00, irá decorrer uma cerimónia oficial para a entrega da Credenciação de Qualidade da Rede Portuguesa de Museus a mais dez museus portugueses, presidida pelo Secretário de Estado da Cultura, Dr. Elísio Summavieille.

É igualmente este o décimo ano de existência da Rede Portuguesa de Museus, projecto responsável por uma reestruturação e exigência de máxima qualidade dos nossos museus, estando ainda em processo de avaliação as candidaturas para a obtenção de Credenciação de Qualidade e integração na RPM, de cerca de 60 outros museus.

Passa-se a enumerar a lista dos novos museus que integram agora a RPM, alguns dos quais com sites muito bons, em termos informativos e de webdesign, dois deles com existência online em blogues (clicar nos seus nomes ou imagens):

Tutela Municipal

Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo (Câmara Municipal de Mação);

Museu da Indústria de Chapelaria (Câmara Municipal de São João da Madeira);




Museu Marítimo de Ílhavo (Câmara Municipal de Ílhavo):




Museu Municipal de Estremoz (Câmara Municipal de Estremoz):




Museu Municipal de Ferreira do Alentejo (Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo);

Museu do Convento dos Lóios (Câmara Municipal de Santa Maria da Feira);

Museu Municipal de Coimbra (Câmara Municipal de Coimbra).



Tutela de Assembleia Distrital


Museu Rainha D. Leonor / Museu Regional de Beja (Assembleia Distrital de Beja):





Tutela Privada (Empresarial)


Museu da Luz (EDIA, S.A. - Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, S.A.):



Museu da Carris (Companhia de Carris de Ferro de Lisboa, S.A.):


domingo, 9 de maio de 2010

Os museus e a visita do Papa

Para comemorar a vinda de Sua Eminência o Papa Bento XVI a Portugal, o Ministério da Cultura determinou por despacho que, no dia 11 de Maio de 2010, as entradas serão gratuitas nos museus e palácios da tutela do IMC, IGESPAR e Direcções Regionais da Cultura, mantendo-se os seus museus, palácios, monumentos e sítios abertos, também nos dias 13 e 14 de Maio. É de aproveitar esta oportunidade única para um outro tipo de peregrinagem... cultural.

18 de Maio - Dia Internacional dos Museus


Este ano a ICOM propôs como tema para a comemoração do Dia Internacional dos Museus, "Os Museus e a Harmonia Social", enfatizando mais uma vez o papel dos museus no desenvolvimento das comunidades que servem e cuja memória guardam e interpretam, através de uma inter-relação viva e frutuosa, com acções culturais e científicas voltadas para os interesses e necessidades dessas comunidades, procurando-se promover assim uma cultura de bem estar e harmonia social.

A Newsletter do ICOM sobre este tema pode ser lida aqui.

Em Portugal, o programa das diversas iniciativas dos museus para o dia 18 de Maio, aparecerá em breve na página do IMC.

No dia 15 de Maio, a Noite dos Museus proporcionará aos visitantes, nos museus e palácios participantes, actividades culturais e festivas gratuitas, desde o final da tarde até cerca da meia-noite.

Foi o Ministère de la Culture et de la Communication, de França, que propôs em 1999 o acesso gratuito aos museus num Domingo de Primavera, ideia adoptada desde 2001 na Europa, pelos países signatários da Convenção Cultural do Conselho Europeu. A partir de 2005, sugeriu-se a comemoração da Noite Europeia dos Museus, de modo a atrair um público mais jovem às actividades culturais, na esteira do sucesso que uma iniciativa semelhante já estava a ter em museus de Berlim, Amesterdão, Zurique ou Bâle. A esta iniciativa é dedicado um sítio na Internet (Nuit des Musées) e um blogue (La Nuit Européenne des Musées) que se convidam a visitar e onde se podem obter mais informações.

Abaixo pode-se assistir ao vídeo de promoção da Noite Europeia dos Museus - bonito mas com pouca ou nenhuma informação...

E continua o derrame de petróleo para o oceano...

No Golfo do México o petróleo continua derramar-se no oceano. Este dispositivo disponibilizado pela PBS indica-nos a velocidade a que o derrame de petróleo continua a ocorrer, segundo a avaliação da NOAA (National Oceanic and Atmosphere Administration) - cerca de duzentos e dez mil barris por dia.



Acontece que esta estimativa, num cenário de desastre de dimensões ainda incalculáveis, surge como demasiado optimista na opinião de outros especialistas, que consideram que o derrame ocorre antes à velocidade de um milhão e cinquenta mil barris por dia. Já a própria BP, responsável pelo desastre, assume que, pelo contrário, estará a ocorrer um derrame de dois milhões, quinhentos e vinte mil barris de petróleo por dia...

Equipas da BP têm acorrido ao local a tentar conter o derrame através de várias medidas. Até agora, a equipa de engenheiros de Houston (Texas, EUA), apenas conseguiu fechar uma pequena fuga, através de robots de mergulho telecomandados. Ainda segundo a PBS, muitos milhares de barris de químicos têm sido lançados por aviões ao mar, para escumar e dispersar a mancha de crude à superfície, ou para a sua queima controlada. Uma medida inédita adoptada pela BP foi o transporte para o local de uma caixa-contentor de cerca de cem toneladas, de quatro andares de altura, em cimento e aço, que está a ser colocada sobre as fugas, a mil, quinhentos e vinte e quatro metros de profundidade, e que supostamente até segunda-feira canalizará oitenta e cinco porcento do petróleo para a superfície, controlando-se assim, ainda que temporariamente, este derrame intensivo. De qualquer modo, no Golfo do México o cenário vai permanecer dantesco.

Ao longo das costas do sul dos Estados Unidos encontram-se trinta mil voluntários de prevenção para conter danos caso o petróleo atinja as costas. De lembrar que é nesta zona do litoral norte-americano que se situa quase metade dos seus pântanos (áreas protegidas de delicada biodiversidade, fundamentais para aves migratórias e de difícil acesso e protecção contra estas marés negras) e onde se situam muitos portos de pesca.

Muitos esforços estão a ser feitos para remediar o mal, mas muitas dezenas de anos serão precisos para recuperar os danos causados (ainda a contabilizar) a este ecossistema.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

18 de Abril - Dia Internacional dos Monumentos e dos Sítios

Este ano a ICOMOS propôs um novo tema para a comemoração do Dia Internacional dos Monumentos e dos Sítios: "Património Rural/Paisagens Culturais". O IGESPAR, as Direcções Regionais da Cultura, os Municípios, os Museus e Instituições Culturais e Científicas, privadas e públicas, promovem iniciativas culturais em Portugal continental e ilhas - Açores e Madeira.

O programa das Comemorações pode ser consultado aqui:

sexta-feira, 19 de março de 2010

Malta, o paraíso dos caçadores ilegais, ignora regras da UE

Mais uma notícia da SPEA:

"Dezenas de milhares de aves migratórias voam em direcção ao Norte da Europa para os seus locais de alimentação e mais uma vez vão enfrentar esta Primavera outra temporada de caça de aves, indo contra a legislação europeia." O comunicado está disponível aqui.



Para mais informações contactar:
Luís Costa
Director Executivo da SPEA
TLM 91 692 1419,
e-mail luis.costa@spea.pt

Tolga Temuge,
BirdLife Malta
Executive Director
(356) 21 347 644-5

domingo, 14 de março de 2010

Exposição "Obras de Referência da Madeira"

A exposição "Obras de Referência dos Museus da Madeira", patente no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, ir-se-á prolongar até 6 de Abril, por decisão do ministério da Cultura, revertendo as receitas da Bilheteira para a Região Autónoma da Madeira.

A não perder a última oportunidade de ver nesta magnífica exposição também as peças mais importantes do Museu "A Cidade do Açucar", que sofreu perdas de cerca de 30% do seu acervo, devido às inundações recentemente ocorridas, pois as obras de recuperação do espaço e de restauro do espólio deste museu madeirense só deverão estar concluídas dentro de um ano, de acordo com a notícia publicada hoje no Diário de Notícias do Funchal .

Também o Núcleo Museológico Mary Jane Wilson sofreu com as inundações, no entanto, e felizmente, aparentemente com menos danos a reportar, conseguindo-se salvar cerca de 80% do seu espólio.

Imagem: "Bernard Shaw aprende a dançar " (Photographia-Museu Vicentes).

quarta-feira, 3 de março de 2010

Espantamento ilegal de Grous na Albufeira do Caia

Da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) vem a seguinte notícia:

"A Albufeira do Caia, perto de Elvas, tem sido alvo de acções ilegais de espantamento de Grous, uma ave ameaçada e emblemática da região alentejana. O descontentamento de alguns agricultores por alegados prejuízos poderá estar na origem destas acções, que têm que ser tratadas e fiscalizadas eficazmente."

O comunicado está disponível em Pdf .

Para mais informações contactar:

Dr. Domingos Leitão
Coordenador do Programa de Conservação Terrestre da SPEA
Tel 96 9562381
domingos.leitao@spea.pt

terça-feira, 2 de março de 2010

Os Museus do Funchal

Foram amplamente divulgadas as notícias da catastrofe ocorrida na Madeira, devido a uma precipitação pluvial anormal (114 litros por metro quadrado, num curtíssimo espaço de tempo), que aumentou muitíssimo o caudal das três ribeiras que atravessam o Funchal, (afectando igualmente a Ribeira Brava, a Camacha e a Serra d'Água), transbordando estas com uma violência extrema, com perda de vidas, de bens e avultados prejuízos. Perante esta adversidade, os madeirenses revelaram a coragem, união e força de trabalho que os caracteriza, limpando em tempo recorde, a lama, rochas e toda a série de detritos que inundaram as zonas afectadas, recuperando a sua amada cidade. Muito há ainda para fazer pelas famílias enlutadas e desalojadas, mas é notável o muito que já se fez.


No entanto, pouco ou nada se disse sobre os museus do Funchal, alguns situados muito próximo das ribeiras - será sinal de que talvez não tenham sido grandemente afectados, o que é motivo de regozijo, embora pareça haver notícia de prejuízos incalculáveis ou possível perda patrimonial total em pelo menos um: o Museu-Biblioteca Mário Barbeito de Vasconcelos, de acordo com o Diário de Notícias (Funchal). Vamos então conhecer alguns desses museus, tomando como nosso guia o Guia dos Museus do Funchal (2008), do Dr. Francisco Clode de Sousa, a começar então, por este Museu-Biblioteca:


O Museu-Biblioteca Mário Barbeito de Vasconcelos foi fundado em 1989, pela empresa Vinhos Barbeito (Madeira), na cave da sua Loja, na Avenida Arriaga, e era constituído por três salas de exposição, que albergavam coleccções verdadeiramente preciosas, com exemplares únicos: a primeira sala apresentava Cristóvão Colombo e a expansão marítima, através de uma exposição de livros raros, gravuras e moedas; na segunda sala podiam-se ver edições raras sobre o Arquipélago da Madeira e manuscritos, estampas e desenhos originais sobre a história da indústria do Vinho da Madeira; e onde o visitante podia ainda descobrir uma colecção de libros sobre a flora madeirense; na terceira sala situava-se o arquivo documental sobre diversos aspectos culturais desta região. Por se situar na cave da Loja desta empresa de vinhos, com a inundação de água, lama e detritos que invadiu a Avenida Arriaga, provenientes do transbordar da Ribeira de São João, a cave parece ter sido completamente inundada. A saber o que poderá ser possível recuperar neste momento. Tarde se lamenta que este riquíssimo património cultural não tivesse sido melhor salvaguardado, em local mais adequado.


Na belíssima Avenida Arriaga existem também as Adegas de São Francisco, da Madeira Wine Company, visita obrigatória de todos os turistas da Madeira. As Adegas situam-se num conjunto de edifícios (dos séc. XVII e XVIII) que outrora faziam parte do extinto Convento de São Francisco, demolido no século XIX; com visitas guiadas, as suas salas de exposição narram o processo de fabrico do famoso vinho da Madeira, que pode ser degustado na sala de provas, e adquirido na loja e armazéns.


Entre a Avenida Arriaga e a Avenida do Mar, situa-se o Palácio de São Lourenço, fortificação portuguesa que data dos séculos XVI-XVII e que sucessivas reformas foram transformando em Palácio, para residência dos Governadores da Madeira. A divisão administrativa dos Poderes Civil e Militar em 1836, influenciou a divisão da ocupação de espaços neste edifício, passando a parte leste a pertencer ao Governador Militar - actualmente sob a tutela do Comando da Zona Militar da Madeira - e a parte oeste, com as principais dependências e salas nobres do palácio, a pertencer ao Governador Civil - de 1976 a 2004 ao Ministro da República para a Madeira e desde 2004, ao Representante da República na Região Autónoma da Madeira. O mobiliário, pinturas e peças de artes decorativas, portuguesas e europeias dos séculos XVII; XVIII e XIX, que decoram os espaços, vêm em grande parte, de Palácios Nacionais. Com percursos visitáveis, neste Palácio decorrem frequentemente eventos culturais. Pode ainda ser visitado um núcleo histórico-museológico na área militar, sobre a história da construção e sucessivas alterações desta fortaleza, e sobre a História Militar da Madeira, assim como os seus jardins.


O Photographia-Museu Vicentes, situado na Rua da Carreira, é o mais antigo estúdio de fotografia inteiramente preservado em Portugal, fundado em 1848 por Vicente Gomes da Silva (distinguido em 1852 como "Gravador de S. M. A Imperatriz do Brasil"), tornando-se património cultural da Região Autónoma da Madeira em 1978, com museu aberto ao público a partir de 1982. Este estúdio-museu, reúne importantíssimas colecções de fotografia que, ao longo de quatro gerações, foram registando os acontecimentos mais relevantes da História da Madeira, constituindo um espólio, notável, de mais de 500.000 negativos. Ao seu espólio foram reunidas, recentemente, as colecções dos Estúdios Fotográficos de João Francisco Camacho (também fotógrafo da Casa Real Portuguesa); de José Júlio Rodrigues; dos Perestrellos Fotógrafos; da Photo Figueiras; de Joaquim Augusto de Sousa; de João António Bianchi (Vale Paraíso); do Major Charles Courtney Shaw, de Gino Romoli, de Francisco Barreto; de João Soares; de Álvaro Nascimento Figueira; de Luís Bettencourt; de João Anacleto Rodrigues; de Russel Manners Gordon (Torre Bela); de Alexander Lamont Henderson, entre outros. Na objectiva das câmeras destes fotógrafos fixaram-se as imagens do quotidiano, das paisagens, do património cultural, de costumes e tradições, dos transportes, das festas e comemorações, de actos solenes públicos, de personalidades madeirenses e das visitas da Imperatriz Isabel da Áustria (a célebre Sissi); de suas Magestades o Rei D. Carlos e a Rainha D. Amélia d'Orléans e Bragança; dos exploradores Roberto Ivens e Hermenegildo Capelo; dos aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral; e de muitas outras personalidades famosas portuguesas ou estrangeiras que um dia passaram por este lindíssimo arquipélago.


Outros museus situados relativamente próximo da ribeira de Santa Luzia, são o Museu Diocesano de Arte Sacra do Funchal, situado entre a Praça do Município e a Rua do Bispo, e o Museu A Cidade do Açúcar, na Praça Colombo.


O Museu Diocesano de Arte Sacra do Funchal foi fundado em 1940, tendo sido na altura instalado provisoriamente na Sala do Cabido da Sé, inaugurando as suas instalações definitivas no antigo Paço Episcopal da Diocese do Funchal, em 1955. As suas colecções, de grande valor, vão desde a uma colecção de pintura flamenga, dos séculos XV e XVI, única na europa, à pintura e escultura portuguesas (dos séculos XV a XVIII), ourivesaria (do século XVI ao final de XVIII), mobiliário e paramentária.


O Museu A Cidade do Açúcar tem as suas instalações num edifício onde originalmente se erguiam as casas manuelinas de João Esmeraldo, comerciante holandês de açúcar que um dia, hospedou o navegador Cristóvão Colombo. Este museu possui no seu acervo achados arqueológicos no Funchal, provenientes, especialmente da escavação realizada em 1989 nas antigas casas de João Esmeraldo, destruídas no século XIX. O museu pretende dar uma panorâmica da produção, tecnologia e comércio do açúcar, nos seus mais importantes ciclos (séculos XV-XVI e XIX), com a recuperação e musealização de um antigo engenho de Açúcar, apresentado exemplares de antigas formas de açúcar, pães de açúcar, medidas manuelinas, selos de chumbo, moedas, cerâmica diversa, entre outros objectos e obras de arte.


Próximos da Ribeira de João Gomes, situam-se o Museu da Electricidade - Casa da Luz, o Madeira Story Center, o Núcleo Museológico do Instituto do Vinho, Bordado e Artesanato da Madeira, e o Núcleo Museológico Mary Jane Wilson.


O Museu da Electricidade - Casa da Luz, museu da empresa EEM - Empresa de Electricidade da Madeira - situa-se entre a Rua da Casa da Luz e a Rua do Bridadeiro Oudinot, instalado no espaço da antiga Central Térmica do Funchal, inaugurada em 1897. O museu foi inaugurado em 1989, apresentando de forma atractiva a história da difusão e utilização da energia eléctrica na ilha da Madeira, desde os vários tipos de iluminação na cidade do Funchal aos vários tipos de maquinaria e formas de produção da energia eléctrica, térmica e hidráulica, assim como uma explicação dos postos de transformação, maquetas das centrais eléctricas e das redes eléctricas urbanas e rurais, terminando-se a visita na área dedicada às "Fontes de Energia", primárias e renováveis, e às novas tecnologias, com equipamentos interactivos e software multimédia, bola de plasma, realidade virtual, gaiola de Faraday e fibra óptica, que despertam grande curiosidade tanto de crianças como de adultos.


O Madeira Story Center situa-se na rua de D. Carlos I. Este Centro de Interpretação Histórica, pertencente a uma empresa privada (FUN - Centros Temáticos do Funchal, Lda.), em parceria com a Etergeste, foi inaugurado em 2005, incluindo mais tarde o Jardim Almirante Reis (em Santa Maria), junto ao teleférico do Funchal. Apresenta a História da Madeira, de uma forma lúdica e interactiva, com um espaço de exposição organizado em etapas cronológicas.


Na antiga Sede do Grémio dos Industriais de Bordado da Madeira, na Rua do Anadia, encontra-se instalado o Núcleo Museológico do Instituto do Vinho, Bordado e Artesanato da Madeira (IVBM). As suas colecções de bordados, vime, mobiliário e tapeçarias, apresentam-se em contexto de uso, evocando as memórias das salas de visitas, de jantar ou do quarto de dormir madeirenses, com mobiliário inglês dos séculos XVIII e XIX, com toalhas, lençóis, fronhas, colchas, cortinados e vestuário decorados com o rico bordado da Madeira. Igualmente há uma sala onde se podem ver os materiais, técnicas e processos de criação do bordado, que sofreu influências do Bordado Inglês, do Bordado Richelieu, e também Renascença, Veneziano e de Rendas, divulgadas na europa no século XIX. No final do percurso expositivo, o visitante tem a oportunidade de apreciar alguns bordados aplicados pela artista contemprânea madeirense, Lurdes de Castro.


O Núcleo Museológico Mary Jane Wilson encontra-se na Rua do Carmo e apresenta, ao longo de cinco salas de exposição, a vida e obra da Irmã Mary Jane Wilson (1840-1916), como enfermeira e fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias e de diversas instituições com propósitos educativos, religiosos ou beneméritos.


Por fim, no Monte, encontramos os Jardins da Quinta "Monte Palace" da Fundação Berardo, com uma vista privilegiada sobre o Funchal. Antiga quinta de recreio, foi transformada em hotel (o elegante Monte Palace Hotel), encerrado em 1943. Em 1987 esta propriedade foi adquirida por Joe Berardo e doada à sua Fundação, nascendo assim o Jardim Tropical Monte Palace, mantendo-se a casa para uso privado. Os jardinsestão ornamentados com aplicações decorativas - colecções de painéis de azulejo de meados do século XVI a XX e pedras de cantaria provenientes de demolições arquitectónicas, entre as quais se destaca um retábulo renascentista de uma oficina coimbrã do século XVI. Neste belo jardim tropical foi reservada uma área para um jardim de feição oriental, com elementos arquitectónicos e escultóricos. Num edifício construído para o efeito, encontram-se outras colecções de Joe Berardo - Escultura Contemporânea Africana (Zimbabué), desde 1960 - e a colecção geológica com minerais provenientes de Portugal, Brasil, África do Sul, Zâmbia, Peru, Argentina e América do Norte.


domingo, 21 de fevereiro de 2010

As Visitas Virtuais de António Cabral


A propósito de visitas virtuais e de fotografia panorâmica, existem algumas empresas portuguesas que se dedicam ao desenvolvimento de projectos de grande interesse para os museus. A António Cabral Fotografia, é uma empresa membro da International Virtual Reality Photography Association. Na sua página encontramos um texto de apresentação que vem ao encontro do interesse e urgência de uma actualização tecnológica dos museus, não só em termos de páginas web como também na reformulação e inovação do seu discurso expositivo:

"A fotografia panorâmica e as visitas virtuais são uma nova poderosa ferramenta de marketing com aplicações em páginas de internet, exposições multimédia, catálogos digitais, etc.
A sua utilização nas áreas do turismo, cultura, indústria e serviços vai revolucionar não só a forma como chegamos aos nossos clientes, mas principalmente a forma como os clientes chegam até nós."

Na página desta empresa, no apontador "Museus", disponibilizam-se as visitas virtuais ao Museu da Farmácia (Lisboa) e ao Museu dos Coches (Lisboa). Também o Património se encontra representado através do apontador "Património", na visita virtual à Livraria Lello (Porto), à Capela dos Ossos (Évora), ao Castelo de Palmela, ao Cromeleque dos Almendres (Évora), à Sé de Évora, à Sé de Lamego, e à Igreja de São Ildefonso (Porto).

Para visitar, basta clicar na imagem:

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Museus e Monumentos Portugueses: Visitas Virtuais 3D

Em vários museus portugueses já se encontram disponíveis visitas virtuais - visitas virtuais 3D, distinguindo-se das suas precursoras, as visitas virtuais 2D, simples guias ou roteiros estáticos das colecções de um museu, com textos a que se associavam algumas fotografias. As visitas virtuais 3D são um complemento indispensável às páginas dos museus e monumentos, publicitando-os em todo o mundo, conduzindo a uma maior compreensão do espaço, sítio, monumento ou colecções expostas, assim como a um maior interesse e desejo pela experiência concreta de uma visita real. Estas visitas virtuais são particularmente pertinentes pela oportunidade de visita a quem se encontra impossibilitado de o fazer, temporária ou permanentemente, por circunstâncias várias. É igualmente um excelente recurso, ainda em evolução, a ser utilizado por professores e famílias, com diversas possibilidades de exploração pedagógica, em pré e pós-visita.

Ficam aqui as várias sugestões do Instituto de Museus e da Conservação, para uma visita virtual a quatro museus - o Museu Grão Vasco (Viseu), o Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), o Museu Nacional de Soares dos Reis (Porto) e o Museu Nacional do Azulejo (Lisboa)- e quatro palácios nacionais - o Palácio Nacional da Ajuda (Lisboa), o Palácio Nacional de Queluz, o Palácio Nacional de Sintra e o Palácio Nacional de Mafra, pertencentes à Rede Portuguesa de Museus. As imagens são de grande qualidade, acompanhadas por legendas (clicar na imagem).



Outros museus portugueses disponibilizam nas suas páginas visitas virtuais às suas colecções e museus, variando as visitas em qualidade ou em facilidade no seu visionamento, consoante as diferentes opções de software escolhidas. É importantíssimo que os museus tenham em mente que destas escolhas depende a visibilidade, credibilidade e atracção do museu, assim como a "adopção" deste por parte dos futuros visitantes, em primeiro contacto com ele através da visita virtual na sua página online. Visitemos então o...

Museu Diocesano de Arte Sacra do Funchal (Ilha da Madeira) - visita virtual à Colecção de Arte Flamenga (uma visita guiada a esta belíssima colecção, em alguns aspectos, ímpar na europa, com boa narração, mas com menor qualidade de imagem do que seria de esperar);

Museu de Alberto Sampaio (Guimarães) - Visita Virtual (visita algo lenta mas com imagens de elevada qualidade em panorama - de notar a falta que faz um mapa da localização das salas de exposição, para orientar o visitante e de legendas);

Museu Nacional de Arqueologia (Lisboa) - Visita Virtual (visita com imagens fixas e em panorama, sem legendas);

Museu Monográfico de Conimbriga (Condeixa-a-Velha/Nova) - Visita Virtual com imagens em panorama, sem legendas);

Museu Marítimo de Ílhavo (Aveiro) - Visita virtual ao Navio-Museu Santo André (visita com imagens em panorama, a partir da planta do navio);

Museu-Escola da Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (Lisboa) - Visita Virtual com imagens em panorama 360º, sem legendas.

Também na página do IGESPAR se proporcionam visitas virtuais aos monumentos nacionais - Convento de Cristo (Tomar), Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro dos Jerónimos (Lisboa) e Torre de Belém (Lisboa) - através de imagens em panorama, acompanhadas por legendas (clicar na imagem).


Outras visitas virtuais a monumentos e sítios arqueológicos, em Portugal, presentes no portal Cultura Online:


Da Casa de Sarmento - Centro de Estudos do Património (Unidade Cultural da Universidade do Minho) temos uma interessante visita à Citânia de Briteiros (Sítio Arqueológico, Monumento Nacional, em Guimarães) - visita virtual com imagens em panorama, acompanhada por textos (o web design pode ser melhorado e a música de fundo, apesar de lindíssima, é desajustada em termos de época).

As visitas virtuais nas páginas dos museus e monumentos portugueses têm evidenciado uma boa evolução e assim continuem, aproveitando ao máximo as possibilidades das novas tecnologias digitais.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Os Museus da República


Com o início das Comemorações do Centenário da República Portuguesa, neste dia, em homenagem ao levantamento militar republicano ocorrido no Porto, no dia 31 de Janeiro de 1891, será interessante conhecer alguns dos museus dedicados ao ideal e revolução republicanos:

Biblioteca Museu República e Resistência:


Museu da Presidência da República Portuguesa:

Existem outros museus dedicados à República, um pouco por toda a parte, entre eles, o incontornável Musée de la Révolution Française; o Museu da República (Brasil); o US Capitol Visitor Center (Washington D.C., EUA), edifício histórico da maior importância política e simbólica, onde se reúnem, há mais de 200 anos, o Congresso do Senado e a Casa dos Representantes dos Estados Unidos da América, com percursos visitáveis; e o The Cromwell Museum (Cambridgeshire, Grã-Bretanha).

domingo, 17 de janeiro de 2010

Lisboa: Patrimónios

Lisboa é uma cidade de alto risco sísmico. No século XIV terá sofrido pelo menos 8 tremores de terra, 5 no século XVI, 3 no século XVII e 2 no século XVIII, um deles de proporções catastróficas. Todos nós nos habituámos ao pesadelo de uma possível repetição do terrível terramoto que destruiu Lisboa às 09h40 minutos da manhã de 1 de Novembro de 1755, Dia de Todos os Santos, e cujo violentíssimo abalo (de magnitude estimada de 8.75 na escala de Richter, com epicentro no mar, na falha Açores-Gibraltar), e efeitos do tsunami que se seguiu, foram sentidos no Norte da Europa, Norte de África e mesmo nas Américas.

Em termos patrimoniais, há relato de 85% dos edifícios em Lisboa terem ruído - entre eles, 55 palácios; 31 mosteiros, 15 conventos, 32 igrejas e 61 capelas; a Casa da Ópera, o Paço Real com as suas belíssimas tapeçarias, ourivesaria, baixelas, centenas de obras de arte e a Biblioteca Real, com a melhor, mais rica e diversificada colecção europeia em livros e manuscritos, e o Arquivo Real, com a sua preciosa documentação antiga e sobre a aventura marítima portuguesa; as livrarias (bibliotecas) dos conventos de S. Francisco, Trindade e Boa Hora. Apenas o Arquivo da Torre dos Tombo, graças ao empenho do seu guarda-mor Manuel da Maia, ficou a salvo.

Hoje em dia, a populosa Lisboa, com o seu subsolo fragilizado por múltiplas condutas de gás, electricidade, água, estacionamentos subterrâneos, túneis e metro, uma Baixa Pombalina envelhecida, construções demasiado elevadas, por toda a cidade, em betão e vidro (negligenciadas as regras de construção anti-sísmica), e equipamentos culturais de grande importância demasiado próximos do rio - monumentos, museus, jardins, universidades, Ministérios - se sucedesse semelhante tragédia, as perdas em vidas humanas e patrimoniais seriam incalculáveis.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Haiti - Patrimónios

No dia doze de Janeiro, Port-au-Prince, a capital do Haiti, sofreu um violento terramoto de magnitude 7.0 na escala de Richter, que devastou a cidade, causando a tragédia de muitos milhares de feridos e mortos penosamente ainda por descobrir e contabilizar. Pelas imagens, vemos uma cidade destruída, com os principais edifícios e símbolos de poder caídos por terra: o Palácio Presidencial com as suas cúpulas desfeitas, a Catedral de Notre Dame, os edifícios de Ministérios e do Parlamento, um dos Hospitais, hotéis - edifícios notáveis entre os escombros de milhares de outros edifícios irreconhecíveis da cidade e das favelas dos morros que a rodeiam. As notícias referem a possibilidade de cerca de 80% da cidade estar arrasada - a vida está suspensa em terror em Port-au-Prince. Internacionalmente movem-se vontades e esforços para acorrer solidariamente em auxílio às vítimas, de todas as formas possíveis, numa corrida contra o tempo, que se espera, venha a salvar ainda muitas vidas e a contribuir para a reconstrução material e moral da cidade e das suas memórias. Nestas circunstâncias, com uma catástrofe humanitária em curso, com mais horrores a cada dia revelados, a sobrevivência em risco e a chorar a perda de vidas humanas, de familiares, amigos, vizinhos, a perda dos bens, de uma cidade, de um dia a dia de dignidade e normalidade, de tudo, enfim, que tomamos por garantido nas nossas vidas, quem pensará em salvaguarda de Património? As urgências agora são compreensivelmente outras. Sem dúvida, bastante tempo se passará até haver condições para se fazer uma avaliação do desastre, em termos patrimoniais e mais tempo se passará até haver recursos financeiros e humanos para se recuperar. Nessa altura, o que se poderá vir a dizer do estado do património cultural e natural de Port-au-Prince? O que é que existia, o que deixou de existir, o que é que sobreviveu ao terramoto e o que é que pode ou não ser recuperado/restaurado? Os edifícios e acervos ainda existem? Qual é a memória que resta destes edifícios e dos seus acervos? O que é possível fazer pela comunidade que estas instituições museológicas servem?

Como em todas as cidades capitais, em Port-au-Prince era o centro político, económico e cultural do Haiti. Nesta cidade concentravam-se Bibliotecas particulares e estatais - a Biblioteca dos Irmãos de St. Louis de Gonzague (com colecções de jornais dos séculos XIX e XX, e muitas obras raras da época colonial e republicana), a Biblioteca Nacional, com dezenas de milhares de volumes, a Biblioteca do colégio paroquial Le Pétit Séminaire; nos Arquivos Nacionais, entre outras preciosidades, havia a Colecção Rochambeau (documentos sobre a expedição napoleónica ao Haiti), além das bibliotecas do Institut Français e do American Institute. Igualmente era na capital do Haiti que se encontravam as universidades - a Université d'État d'Haïti (com uma importante colecção agrícola), a Université Quisqueya e a Université des Caraïbes, além de diversas academias estrangeiras.

Em Port-au-Prince situavam-se igualmente o Musée du Panthéon National (fundado em 1938), o Musée du Peuple Haïtien (com colecções antropológicas e etnográficas) e o Musée de L'Art Haïtien (inaugurado em 1972 no Collège St. Pierre) - como nenhum destes museus ou das suas colecções se encontra representado online e com o nível da destruição que houve, não se sabe se os suportes físicos e registos fotográficos/digitais das colecções subsistem ainda. No entanto, pelo menos, no que se refere à arte, podemos obter uma panorâmica parcial da arte haitiana na consulta online de outras colecções de arte haitiana no Figge Art Museum (Iowa, EUA), na Bryant University (EUA) e em Galerias de Arte à volta do mundo, de acordo com a extensa lista indicada pela Haitian Art Society.

Existe um Museu dedicado à Herança Cultural do Haiti, em Miami, Florida, nos Estados Unidos da América, com presença online, o Haitian Heritage Museum, cuja página se convida a visitar.

De lembrar ainda que o Haiti é, em termos de flora, a segunda ilha mais rica e diversificada das Caraíbas, o que proporcionou a criação da Haitian Botanical Foundation
em 1996, para o seu estudo e salvaguarda, pela Botanic Gardens Conservation International que trabalha no Haiti desde 1993, no projecto do Jardim Botânico de Port-au-Prince.

O Instituto para a Preservação do Património Nacional do Haiti (Institut de Sauvegard du Patrimoine National - ISPAN), instituído em 1979, disponibiliza online na página da Embaixada do Haiti em Washington D.C., EUA, os 8 números do seu Boletim, de Junho de 2009 a Janeiro de 2010, extremamente valiosos para se conhecer melhor o Património do Haiti, havendo uma ênfase nos monumentos e sítios históricos (em especial, as fortalezas). O número 6, no entanto, é essencialmente dedicado ao Palácio Nacional Presidencial, desenhado pelo arquitecto Georges Baussan, hoje em ruínas, pelo que este Boletim em particular, ganha uma particular relevância e interesse.

Por último, embora não menos importante, refira-se que o Haiti consta na lista da UNESCO do Património Mundial, desde 1982, com o Parque Nacional Histórico, que inclui a Cidadela, o Palácio de Sans Souci e os edifícios em Ramiers.